No Dia Internacional da Felicidade, celebrado em 20 de março, o tema da busca pela felicidade volta a ser pauta em diversos espaços. A psicóloga Flaviane Correia, especialista em terapia breve, conversou com o Portal Elas em Pauta sobre como podemos entender e cultivar a felicidade em nossas vidas, destacando que ela não se trata de um estado constante, mas sim de momentos significativos. 

A felicidade é momentânea: como podemos cultivá-la? 

Para Flaviane, a felicidade não é algo permanente. Ela descreve o estado de felicidade como uma experiência momentânea, que está diretamente ligada a três aspectos da psicologia positiva: prazer, propósito e interação. "A felicidade acontece momentaneamente. Ela não está ligada a um sentimento permanente, a todo momento. A psicologia positiva vem trazer três áreas ligadas à felicidade: prazer, que é uma alegria imediata; propósito, que ocorre quando conseguimos realizar um objetivo; e interação, que está ligada a atividades que nos trazem satisfação imediata", explica. 

No entanto, a psicóloga ressalta que, em vez de buscar uma felicidade imediata e constante, devemos praticar a gratidão. "É importante começar a exercer a gratidão pelas coisas que já conquistamos, por aquilo que temos e por quem somos. Isso nos torna mais resilientes e ajuda a lidar com a vida de forma mais leve", destaca Flaviane. 

Fatores internos e externos: o que realmente contribui para a nossa felicidade? 

A felicidade, segundo a especialista, é influenciada por fatores psicológicos e comportamentais. "Pessoas com uma mentalidade positiva, que têm expectativas favoráveis à vida, tendem a ser mais felizes. Além disso, aqueles que cultivam relacionamentos saudáveis, cercados de pessoas positivas, também tendem a experimentar mais felicidade", comenta Flaviane. 

Ela também aponta que o autoconhecimento e a busca por um propósito de vida são fundamentais para o aumento do bem-estar. "Pessoas que buscam o autoconhecimento, que aceitam quem são e que buscam a transformação, tendem a ser mais felizes. O mesmo vale para quem está em busca do seu propósito de vida", afirma. 

Flaviane ainda destaca a importância dos hábitos saudáveis para o equilíbrio emocional. "Práticas como uma alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas e o cuidado com a mente liberam neurotransmissores como endorfinas, dopamina e serotonina, que contribuem diretamente para a sensação de bem-estar e felicidade", explica. 

Além disso, a psicóloga sugere práticas cotidianas que podem ajudar a cultivar a felicidade. "Cultivar a gratidão, ter relações saudáveis, praticar exercício físico, e manter uma conexão espiritual com Deus, para quem tem essa crença, são hábitos que fazem toda a diferença. A meditação mindfulness, por exemplo, também pode ajudar a reduzir o estresse, melhorar a concentração e promover o bem-estar." 

Em relação à busca por felicidade em fatores externos, Flaviane enfatiza que, embora conquistas externas como sucesso profissional e estabilidade financeira tragam satisfação momentânea, elas não são o principal motor da felicidade. "Até certo ponto, essas conquistas externas podem influenciar a felicidade, mas não são o ponto crucial. A felicidade está mais ligada a relações sociais saudáveis, a um propósito de vida verdadeiro", afirma. Ela acrescenta que o ideal é buscar o desenvolvimento interno, aliado ao externo, para alcançar uma felicidade duradoura e significativa. 

O Dia Internacional da Felicidade, portanto, nos lembra que a felicidade está ao nosso alcance de maneira muito mais profunda do que os fatores externos nos podem oferecer. A busca por uma vida mais equilibrada e com propósito é um caminho poderoso para conquistá-la. 

Redação Elas em Pauta