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Mulheres empreendedoras enfrentam dupla jornada e falta de apoio, aponta pesquisa

Mulheres empreendedoras enfrentam dupla jornada e falta de apoio, aponta pesquisa

Para muitas mulheres, empreender não é apenas uma escolha, mas uma necessidade.

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Empreender no Brasil já é um desafio por si só, mas para as mulheres, essa jornada se torna ainda mais complexa devido à sobrecarga de funções. A pesquisa “Mulheres empreendedoras: contexto de atuação”, realizada pela startup Olhi em 2024, revelou que 63,4% das empreendedoras conciliam as tarefas domésticas com o próprio negócio, dedicando mais de oito horas diárias ao trabalho e entre duas a quatro horas às atividades do lar. 

Esse cenário impacta diretamente o desempenho das empreendedoras. Em 2023, o percentual de mulheres que relataram enfrentar essa dupla jornada era de 54,9%, evidenciando um aumento significativo no acúmulo de responsabilidades. 

Empreender por necessidade 

O sonho do negócio próprio é uma realidade crescente no Brasil. De acordo com o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian, o país registrou 2,8 milhões de novos CNPJs até setembro de 2024, com destaque para os setores de serviços e comércio. 

Para muitas mulheres, no entanto, empreender não é apenas uma escolha, mas uma necessidade. Segundo a CEO da Olhi, Stefanie Schmitt, além de desenvolverem suas ideias, elas buscam empreender para garantir o sustento da família e equilibrar a maternidade. "Se essa pesquisa fosse feita com homens, essa não seria uma preocupação", ressalta Schmitt. 

Falta de apoio e baixa autoconfiança 

Outro ponto crítico apontado pela pesquisa é a falta de apoio emocional e social para as mulheres empreendedoras. O levantamento revela que 42,6% das entrevistadas não se sentem preparadas para empreender, muitas vezes por não receberem incentivo da família ou não serem levadas a sério por clientes e parceiros. 

O estudo também mostra que apenas 56,3% das empreendedoras se sentem confortáveis para falar sobre seus negócios com pessoas do seu convívio, enquanto o índice sobe para 79,7% quando conversam com profissionais do mercado. 

A percepção de que negócios liderados por mulheres são vistos com menos seriedade também é um obstáculo. Cerca de 50,8% das entrevistadas afirmam que seus empreendimentos não são encarados com o mesmo respeito que os fundados por homens. 

Quem são as mulheres empreendedoras? 

O perfil das empreendedoras no Brasil, segundo a pesquisa da Olhi, revela que a maioria é branca, tem entre 35 e 44 anos e possui pós-graduação (56,3%). Elas atuam em diversos segmentos, sendo os principais: 

  • Outros setores – 42,6%

  • Negócios (contabilidade, finanças e marketing) – 12% 

  • Bem-estar – 10,4% 

  • Educação – 10,4% 

  • Saúde Mental – 9,3% 

  • Alimentação – 8,2% 

  • Tecnologia – 7,1% 

Apesar dos desafios, o empreendedorismo feminino segue crescendo, impulsionado pela necessidade e pela busca por autonomia. Entretanto, a pesquisa evidencia que políticas de apoio e redes de incentivo ainda são essenciais para reduzir as barreiras enfrentadas por essas mulheres no mundo dos negócios. 

Com informações CNN Brasil

 

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