Historicamente, as mulheres foram ensinadas a competir entre si, seja pela atenção de um parceiro, pela validação social ou por oportunidades profissionais. Essa rivalidade é frequentemente reforçada por padrões culturais e sociais que colocam as mulheres em posições de desigualdade, fomentando comparações, críticas e julgamentos. 

Um exemplo clássico é a questão da aparência física. Desde cedo, as mulheres são expostas a padrões de beleza rígidos que geram insegurança e alimentam críticas entre elas. Em vez de unirem forças para desafiar esses padrões, muitas vezes a sociedade as incentiva a se comparar e competir. 

Outro fator é a perpetuação de estereótipos sobre o papel das mulheres. Aquelas que fogem dos padrões – seja por escolhas profissionais, pessoais ou pelo estilo de vida – frequentemente enfrentam julgamentos vindos de outras mulheres, reproduzindo, muitas vezes de forma inconsciente, comportamentos que elas mesmas condenam. 

Além disso, o machismo estrutural desempenha um papel crucial. Ele não apenas oprime as mulheres, mas também as coloca umas contra as outras, alimentando a ideia de que só há espaço para poucas em determinadas áreas da sociedade. 

Contudo, é essencial destacar que essa realidade está mudando. Movimentos feministas e iniciativas como o Elas em Pauta têm se consolidado como espaços fundamentais para promover o acolhimento, o respeito mútuo e a sororidade. Aqui, mulheres de diferentes trajetórias compartilham suas histórias, reflexões e desafios, demonstrando que a união é uma força transformadora. 

A missão do Elas em Pauta é justamente combater a rivalidade e construir pontes, mostrando que, quando as mulheres se apoiam e celebram as conquistas umas das outras, todas saem ganhando. Afinal, juntas, elas podem transformar a sociedade em um espaço mais justo, igualitário e acolhedor para todas. 

Por Bia Hold - especialista em Comportamento Humano (articulista convidada)