Os filhos do meio, muitas vezes alvo de piadas como os “esquecidos” da família, ganharam protagonismo em um novo estudo sobre personalidade. Publicada no periódico PNAS, a pesquisa sugere que eles são mais honestos, agradáveis e humildes do que irmãos mais velhos, caçulas e filhos únicos. 

Conduzido pelos canadenses Michael Ashton e Kibeom Lee, o estudo usou o modelo HEXACO, que avalia seis traços de personalidade: honestidade/humildade, emotividade, extroversão, amabilidade, consciência e abertura à experiência. A análise considerou dados de 710.797 pessoas que realizaram um teste de personalidade no site hexaco.org, informando também sua ordem de nascimento. 

Os resultados mostraram que os filhos do meio lideram em honestidade/humildade e amabilidade, seguidos pelos caçulas, mais velhos e, por último, filhos únicos. Além disso, famílias maiores apresentaram maior prevalência desses traços, possivelmente devido à necessidade de cooperação entre irmãos. 

Religiosidade também foi avaliada, já que famílias religiosas tendem a ter mais filhos. Cerca de 25% das diferenças de personalidade podem estar ligadas à religiosidade, mas ordem de nascimento e tamanho da família foram os fatores mais relevantes. 

Embora os autores reconheçam que esse é um tema ainda em exploração, o estudo abre novas perspectivas sobre como a dinâmica familiar molda a personalidade. E, agora, os filhos do meio têm bons argumentos para reivindicar seu valor nas conversas familiares e nas festas de fim de ano. 

Com informações / Metrópole