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A história de três mulheres que lutam pelos direitos dos pacientes transplantados

A história de três mulheres que lutam pelos direitos dos pacientes transplantados

Jorquilene, Fátima e Raiany se encontraram em meio às dificuldades e hoje lutam por melhores condições de tratamento para aqueles que precisam de um transplante.

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A trajetória de pacientes transplantados é marcada por histórias de superação, desafios emocionais e físicos, e, sobretudo, pelo desejo de viver. As experiências de Fátima, Jorquilene e suas famílias refletem a complexidade de enfrentar o diagnóstico, o período de espera e a recuperação após um transplante, evidenciando a força necessária para atravessar essa jornada.

Um coração para uma nova vida

Jorquilene Costa Silva, 38 anos, enfrentou um dos maiores desafios de sua vida ao descobrir que tinha menos de dois meses de vida devido a uma insuficiência cardíaca grave. “O medo de imaginar que não teria forças para enfrentar tudo isso era desesperador”, relata. Além das incertezas em relação à doação de órgãos, ela precisou lidar com a fragilidade emocional de sua família, especialmente de suas filhas.

A espera pelo transplante, que aconteceu em 2021, trouxe dificuldades emocionais e financeiras. Jorquilene recorreu às redes sociais para arrecadar recursos e encontrou apoio em campanhas organizadas por amigos e conhecidos. “Fui internada em estado crítico e, após 29 dias, recebi o maior presente da minha vida: um coração novo”, conta emocionada. 

O impacto de ouvir o som do novo coração pulsando foi marcante. “É surreal imaginar que você vai dormir com um coração e acordar com outro. É um recomeço, uma nova chance de estar com quem ama e valorizar cada instante”, afirma.

O transplante de fígado e o renascimento de uma criança

Maria de Fátima Santos vivenciou a experiência de acompanhar sua filha, Raiany Luara, que, aos 5 anos, precisou de um transplante de fígado. Hoje, com 18 anos, Raiany vive uma vida normal, mas o início foi desafiador. “A mudança de rotina foi difícil. Como mãe, fiquei insegura e com medo, mas tive uma rede de apoio muito boa”, lembra Fátima.

Apesar de o poder público oferecer medicações de alto custo e transporte, Fátima destaca a necessidade de melhorias no cuidado com pacientes transplantados, especialmente os imunossuprimidos. “Falta mais atenção e leis que apoiem os transplantados. A vida deles não é fácil, e cada cuidado faz diferença”, ressalta. 

Fátima acredita que Raiany tem um futuro promissor. “Que ela conquiste todos os seus sonhos, porque teve uma segunda chance. As perspectivas são as melhores”, conclui, esperançosa.

A luta pela sobrevivência e o papel do SUS

Durante sua espera por um transplante, Jorquilene precisou recorrer frequentemente ao Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo em que enfrentava limitações físicas severas. “Cheguei a desmaiar durante as viagens para tratamento e dependia de ajuda até para atividades básicas”, relata. Apesar dos desafios, ela destaca a importância do SUS e defende melhorias na rede de apoio, especialmente nos momentos mais críticos.

Suas histórias, assim como a de Fátima e sua filha Raiany, ressaltam a importância de uma rede de apoio eficiente, tanto familiar quanto institucional, para superar os desafios do transplante de órgãos. Essas mulheres mostram que, mesmo diante de grandes adversidades, o amor pela vida e pela família é o combustível para seguir em frente.

O que une essas histórias é a gratidão àqueles que tornaram o transplante possível, desde os doadores e suas famílias até as equipes médicas e as comunidades que apoiaram. Cada batida do coração de Jorquilene e cada conquista de Raiany simbolizam não apenas a superação, mas também a importância de dizer "sim" à doação de órgãos, que salva e transforma vidas.

Redação Elas em Pauta

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