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Empreendedorismo feminino no Brasil: inclusão econômica e desafios

Empreendedorismo feminino no Brasil: inclusão econômica e desafios

Pesquisa reforça a importância de políticas e iniciativas que apoiem o empreendedorismo feminino no Brasil.

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Nesta terça-feira (19), é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. No Brasil, o empreendedorismo feminino tem se consolidado como uma alternativa importante para a inclusão econômica, especialmente diante das dificuldades que muitas mães enfrentam para entrar no mercado de trabalho. Segundo o estudo Empreendedoras e Seus Negócios 2024 , realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, 73% das empreendedoras no país são mães.

Entre elas, 68% afirmaram que tiveram filhos antes de iniciarem seus negócios. Para Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, isso reflete a resistência do mercado em aceitar mães como profissionais plenas. “Nesses casos, o empreendedorismo se torna o único caminho possível”, destaca. A maior parte dessas mulheres (76%) tem até dois filhos, e 37% são mães solo, ou seja, assumem sozinhas a criação dos filhos.

Perfil das empreendedoras brasileiras

A maioria das empreendedoras está na faixa etária de 30 a 49 anos. Regionalmente, elas se concentraram principalmente no Sudeste (45%) e no Nordeste (25%), seguidas pelo Sul (16%), Norte (8%) e Centro-Oeste (5%).

Quanto à formação educacional, 52% das empreendedoras possuem ensino superior. Entre mulheres pretas e pardas, essa percentagem é de 44%, enquanto para mulheres brancas sobe para 61%.

Disparidades financeiras e motivação

Os desafios financeiros são marcantes: metade das empreendedoras pretas e pardas têm um faturamento mensal de até R$ 2 mil, em comparação com 36% das mulheres brancas. Além disso, 52% das mulheres negras se relacionam por estarem divididas, frente a 45% das brancas.

A principal motivação para abrir um negócio é a busca pela independência financeira, relatada por 48% das mulheres negras. O incremento de renda aparece em seguida, com 39%. Já entre mulheres não-negras, a flexibilidade de horários é uma das razões mais apontadas (41%).

A economia do cuidado e os desafios

A pesquisa também evidenciou a sobrecarga enfrentada pelas empreendedoras. Metade delas não conta com qualquer tipo de apoio na gestão do lar, no cuidado com os filhos e outros familiares ou na administração de seus negócios. “Isso mostra o quanto essas mulheres precisam dar conta de tudo, o que resulta em uma grande sobrecarga mental”, avalia Ana Fontes.

Entre os principais desafios apontados, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional liderada (43%), seguido pelas dificuldades com marketing e divulgação (40%). A fidelização de clientes, a gestão financeira e o acesso ao crédito também são significativos, com cerca de 30% das respostas.

O estudo, realizado em parceria com a Ideafix Pesquisas, entrevistou 2.141 mulheres entre agosto e setembro de 2024, e reforça a importância de políticas e iniciativas que apoiem o empreendedorismo feminino no Brasil.

Com informações Exame.com

 

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