Idade e gênero não definem competência ao volante
Embora sejam minoria nas ruas, estudos apontam que as mulheres estão envolvidas em menos acidentes fatais.
No início da semana, um incidente aqui em Pará de Minas gerou grande repercussão nas redes sociais. Uma mulher de 61 anos perdeu o controle do carro ao sair do estacionamento de um clube onde realiza atividades físicas, colidindo com o muro da instituição. Felizmente, ninguém se feriu. No entanto, o que deveria ser apenas mais um acidente de trânsito — algo que pode acontecer com qualquer pessoa — virou motivo para comentários preconceituosos e ofensivos.
O episódio revelou algo ainda mais preocupante do que o acidente em si: a intolerância e o preconceito direcionado às mulheres, especialmente as mais velhas. Termos como “não deveria mais dirigir” e “mulher no volante, perigo constante” inundaram as redes sociais, reforçando estereótipos ultrapassados que insistem em subestimar a capacidade feminina.
O problema não é idade ou gênero, mas preconceito
De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as mulheres representam cerca de 40% dos motoristas habilitados no Brasil. Embora sejam minoria nas ruas, estudos apontam que elas estão envolvidas em menos acidentes fatais.
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que, enquanto homens respondem por cerca de 70% dos acidentes graves, as mulheres, por outro lado, adotam uma postura mais cautelosa, com menor envolvimento em colisões e infrações de trânsito.
Comentários discriminatórios como os vistos nas redes sociais não apenas desrespeitam a mulher comprometida, mas também reforçam uma cultura de machismo e preconceito contra pessoas mais velhas. É importante lembrar que erros no trânsito não têm gênero nem faixa etária.
Uma reflexão necessária
Situações como essa pedem empatia e compreensão, não julgamentos. Que tal transformarmos esse incidente em um momento de aprendizado? Antes de criticar ou julgar, lembremos que todos estamos sujeitos a imprevistos. O que realmente importa é a segurança e o bem-estar de todos.
No Elas em Pauta , reafirmamos nosso compromisso em combater preconceitos e destacar a importância do respeito, seja no trânsito ou em qualquer esfera da vida. Afinal, competência e cuidado ao volante não têm idade, nem gênero.
E você, já parou para refletir sobre como seus comentários podem impactar outras pessoas?
Por Sandra Freitas
Fotos: portaldivera.com