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Renata Teixeira: resiliência e inspiração para outras mulheres

Renata Teixeira: resiliência e inspiração para outras mulheres

Advogada e escritora, Renata transformou a experiência com o câncer de mama em um livro onde aborda lições que aprendeu durante este processo.

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Renata Teixeira da Silva Varela Cançado, aos 44 anos, reúne em sua trajetória profissional o dinamismo de quem transita entre áreas diversas, sendo formada em Letras e Direito, mestra em Educação e advogada. Professora de Português e palestrante, Renata ainda encontra espaço para escrever e inspirar pessoas ao compartilhar sua experiência pessoal. Casada com Paulo Varela Cançado Júnior, ela celebra a chegada do primeiro filho, José, que está prestes a completar seu primeiro ano de vida, como uma dádiva especial – um presente que veio junto com a superação de um dos seus maiores desafios: o câncer de mama.

O impacto do diagnóstico

Receber o diagnóstico em abril de 2019 foi um divisor de águas para Renata. “Foi impactante, fiquei um pouco atordoada”, lembra. Embora o câncer fosse um conhecido na família – sua avó materna havia falecido devido à doença –, a notícia envolveu um abalo profundo. Renata se esforçou para não ser consumida pelas imagens dolorosas associadas ao tratamento, que ela via em filmes ou histórias de pacientes próximos. “A ficha foi caindo aos poucos”, revela Renata, refletindo sobre como foi difícil encarar a realidade daquele momento.

O tratamento trouxe uma nova Renata, com uma aparência e uma rotina totalmente diferentes das que ela conhecia. “Durante o tratamento, passei por um processo de estranhamento e desidentificação”, descreve. O reflexo no espelho já não mostrava a mesma mulher dinâmica, acostumada com a vida intensa de professora universitária e estudante de doutorado. A atividade física e o crossfit foram substituídos por sessões de quimioterapia, cirurgias, radioterapia e hormonioterapia. “Deixei uma vida de ocupação extrema para me ocupar, exclusivamente, com a minha saúde”.

A jornada foi dura e emocionalmente exigente, mas ela se manteve otimista. Renata sempre acreditou que o câncer não representava uma sentença final. “Eu o via mais como um processo pelo qual, por alguma razão, eu preciso passar para ressignificar a vida”, afirma

Resiliência e fé

Em meio aos momentos mais desafiadores, Renata encontrou forças em sua fé inabalável em Deus e no apoio incansável de familiares, amigos e ex-alunos. “Acredito muito no poder da oração, dos pensamentos positivos, do amor”, diz ela, convencida de que o carinho de tantas pessoas fortaleceu sua jornada. O otimismo e a espiritualidade tornaram-se escudos. “Medo do futuro, nunca tive. Incertezas, sempre! A vida é algo que se tem sob perspectiva, mas nunca sob controle”, reflete.

A escrita como terapia

Durante o tratamento, Renata começou a escrever como uma forma de manter as pessoas informadas sobre seu estado e também de processar emocionalmente tudo o que estava vivendo. As palavras, registradas em redes sociais, logo foram transformadas em um livro, uma espécie de diário terapêutico e inspirador. A ideia inicial surgiu da sugestão da esposa de um primo, que percebeu o impacto positivo que os relatos de Renata traziam a outras pessoas em tratamento. “Foi bom escrever, muito terapêutico”, conta Renata, cujo livro acabou sendo publicado pela Todavoz Editora.

No livro, “12 lições - O que aprendi com o câncer de mama”, ela compartilha lições sobre a importância do autoexame, a relevância do diagnóstico precoce e a necessidade de enxergar o câncer com uma perspectiva diferente: “Um diagnóstico de câncer de mama não tem de ser, necessariamente, uma sentença de morte”, afirma. Ela espera que suas palavras ajudem outras mulheres a enfrentar o diagnóstico com coragem, positividade e autocuidado.

Lições para a vida

Passados cinco anos desde o diagnóstico, Renata continua buscando equilíbrio entre os vários papéis que desempenha na vida. “Quero ter muito tempo de qualidade com as pessoas que amo, acompanhar, com saúde plena e perfeita, o desenvolvimento do meu filho e dos netos que ainda terei”, projeta. Ela deixa um conselho para as mulheres que estão passando por uma situação semelhante: respeitar o próprio ritmo e não se prender a fórmulas de sucesso. Para Renata, cada pessoa que passa pelo tratamento oncológico deve ocupar-se com seu bem-estar e seu processo de cura, em vez de ficar buscando 'a razão' ou 'o(s) culpado(s)'. “Optei por encarar meu diagnóstico, mas acho importante respeitar esse processo e a forma com que cada paciente consegue atravessá-lo. A forma ideal é aquela que cada um consegue suportar melhor”, afirma.

Com uma perspectiva inspiradora sobre a vida e um desejo de compartilhar sua experiência para transformar outras vidas, Renata Teixeira se tornou uma voz importante na campanha do Outubro Rosa, mostrando que, mesmo diante de desafios imensos, é possível recomeçar. “Hoje, olhando para trás, eu me vejo sustentada por mãos bem maiores que as minhas: Deus. Sem esse amparo supremo, eu não conseguiria”.

Redação Elas em Pauta

OBS.: No link disponível na bio do perfil no Instagram @portuguesetcetal, as pessoas saberão onde comprar o livro "12 lições - O que aprendi com o câncer de mama" ou poderão solicitá-lo diretamente com Renata Teixeira.

 

 

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