Autoconhecimento é chave para escolhas profissionais assertivas
Camila Santos, consultora de RH e Carreira, destaca que "alguns aspectos pessoais são fundamentais para decisões profissionais acertadas".
O autoconhecimento tem se mostrado cada vez mais essencial para quem busca realizar uma escolha de carreira que traga satisfação e propósito. Segundo Camila Santos, consultora de RH e carreira, esse processo funciona como um "GPS interno", ajudando o indivíduo a identificar sua verdadeira vocação ao alinhar paixões, valores e interesses com as oportunidades profissionais. “Quando a pessoa compreende o que realmente motiva, fica mais fácil encontrar uma carreira que esteja de acordo com suas expectativas e seus princípios”, explica.
Para Camila, refletir sobre as próprias experiências e identificar o que é realmente importante pode guiar o profissional em suas decisões. Ela também alerta sobre o papel do ego, que pode levar muitos a permanecerem em ambientes de trabalho tóxicos apenas para manter status e posição. “O autoconhecimento nos permite reconhecer quando o ambiente não é saudável e nos dá força para tomar decisões mais conscientes, preservando nossa saúde mental e satisfação”, afirma.
Além disso, o autoconhecimento ajuda a construir confiança, essencial na busca por uma recolocação profissional. “Quando você conhece suas forças e limitações, consegue se posicionar com mais segurança no mercado e nas entrevistas, transmitindo seu valor de forma clara. A insegurança, por outro lado, pode afetar diretamente o desempenho”, comenta a consultora. Para ela, a recolocação não deve se limitar a encontrar o que a pessoa pode oferecer à empresa, mas também a avaliar o que a empresa pode proporcionar para o seu crescimento.
Aspectos pessoais para decisões assertivas
Camila destaca que alguns aspectos pessoais são fundamentais para que o autoconhecimento guie decisões profissionais acertadas. Valores pessoais, como liberdade, segurança, diversidade ou sustentabilidade, precisam estar claros para que a escolha profissional seja coerente com o que o indivíduo realmente valoriza. “Quando sabemos o que valorizamos, evitamos ambientes que entram em conflito com esses princípios”, observa.
Os interesses e paixões também devem ser levados em consideração. “Entender quais atividades dão prazer e energia ajuda a identificar caminhos profissionais que trarão mais satisfação a longo prazo". Camila também menciona a importância de compreender o próprio estilo de trabalho. “Saber se você prefere um ambiente dinâmico ou mais estável, ou se gosta de trabalhar em equipe ou sozinho, é fundamental para encontrar um local onde você se sinta à vontade".
Outro ponto essencial são as crenças, que, segundo Camila, podem tanto limitar quanto impulsionar o crescimento profissional. Identificar esses padrões é crucial para evitar armadilhas que podem impedir o desenvolvimento.
Identificando pontos fortes e fracos
O autoconhecimento também é vital para que o profissional faça uma avaliação sincera sobre seus pontos fortes e fracos. Camila recomenda buscar feedbacks constantes de colegas e gestores para entender como suas habilidades são percebidas pelos outros. “Refletir sobre as experiências passadas e identificar momentos de destaque e dificuldade ajuda a reconhecer padrões de comportamento que podem ser melhorados”, diz.
Outra ferramenta útil é a análise de perfil comportamental, que ajuda a entender traços de personalidade que influenciam diretamente na carreira e na vida pessoal. “Não existe uma vida pessoal separada da vida profissional. Somos um só, desempenhando diferentes papéis”, reflete Camila. A partir do momento em que a pessoa toma consciência de suas áreas de desenvolvimento, torna-se mais fácil trabalhar esses aspectos e evoluir.
Autoconhecimento nas fases avançadas da carreira
Para profissionais mais experientes, o autoconhecimento se torna ainda mais importante. Com o tempo, as prioridades podem mudar, e o autoconhecimento auxilia a reavaliar expectativas e metas de longo prazo. “Muitas vezes, profissionais mais velhos podem desejar mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional ou sentir a necessidade de compartilhar seus conhecimentos, o que pode significar uma transição de carreira ou mesmo a decisão de empreender”, afirma Camila.
Reavaliar os valores também é essencial nessa fase. “É comum, após muitos anos em uma empresa, perceber que seus valores não estão mais alinhados à cultura da organização. O autoconhecimento ajuda a identificar esse desconforto e tomar decisões que tragam mais realização”, destaca.
Ela também recomenda o apoio de mentores para quem deseja fazer essa transição de forma mais rápida e clara. “O olhar de um mentor pode revelar oportunidades que o profissional talvez não enxergue sozinho. Ter essa orientação pode ser decisivo para o sucesso".
A jornada do autoconhecimento
Camila finaliza destacando que o autoconhecimento é uma ferramenta indispensável tanto para quem está começando no mercado quanto para aqueles que já têm uma longa trajetória. “Esse processo permite reavaliar a carreira e, se necessário, mudar de direção. Para os iniciantes, desenvolver o autoconhecimento desde o início ajuda a evitar escolhas por conveniência, tornando a trajetória muito mais prazerosa".
Por fim, ela lembra que a recolocação profissional é mais do que encontrar um novo emprego. “É sobre descobrir seu verdadeiro lugar no mundo".
Redação Elas em Pauta