A exposição de crianças nas redes sociais
"Era só uma foto do meu primeiro vestido que tenho guardado até hoje".
No dia 5 de outubro, em alusão ao mês das crianças, postei nos stories do Instagram uma foto de quando tinha três anos. Estava usando um vestido, o meu primeiro vestido, curto e, como em muitas fotos de infância, parte da minha calcinha aparente. Para minha surpresa, horas depois, minha conta foi restringida. A razão? A imagem infantil foi considerada fora dos padrões da plataforma: uma "apologia" à nudez infantil.
Esse episódio me levou a refletir sobre um tema importante e cada vez mais discutido: a exposição de crianças nas redes sociais. Em tempos de compartilhamento constante, é comum pais e familiares postarem fotos e vídeos de seus filhos em momentos de alegria e descobertas. No entanto, o que muitos não percebem é que esse tipo de conteúdo pode ser interpretado de maneiras inesperadas pelas plataformas e, pior ainda, por indivíduos mal-intencionados.
O que ocorreu comigo é uma lembrança de que, mesmo quando os interesses são inocentes , como relembrar um momento da infância (era só uma foto do meu primeiro vestido que tenho guardado até hoje), as regras das redes sociais estão se tornando cada vez mais rígidas para proteger as crianças. E isso não é sem motivo. Fotos de crianças, mesmo em situações aparentemente inofensivas, podem ser usadas de forma indevida. Além disso, a superexposição dos pequenos na internet pode ter impactos a longo prazo na privacidade e segurança deles.
Plataformas como Instagram e Facebook possuem algoritmos que detectam imagens que consideram inapropriadas, especialmente quando se trata de crianças. A política dessas redes sociais é proteger os menores de qualquer exposição que possa comprometer sua integridade ou ser explorada.
Este episódio me fez perceber que, como adultos, precisamos estar atentos às implicações do que compartilhamos, especialmente quando envolve crianças. A empolgação e a alegria que nos motivam a postar esses que serão como lembranças de bons momentos não podem nos cegar para os possíveis perigos. Afinal, proteger a infância é uma das responsabilidades mais importantes que temos.
Por Sandra Freitas