Oito em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas
A professora Liliane Faria acredita que o uso de celulares em sala de aula pode ter tanto impactos negativos quanto positivos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pela QuestionPro revelou que oito em cada dez adultos são contra o uso de celulares nas escolas, apontando preocupações com a distração e o impacto no aprendizado dos alunos. Recentemente, o Ministério da Educação anunciou que está elaborando um projeto de lei para proibir o uso de celulares nas salas de aula. O tema também é debatido na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
No entanto, a especialista Liliane Faria, professora do Ensino Fundamental da rede Estadual de Educação de Minas Gerais e influenciadora do perfil Brinquedoterapia, acredita que o uso de celulares em sala de aula pode ter tanto impactos negativos quanto positivos, dependendo de como são utilizados no ambiente escolar.
Para Liliane, os celulares podem desviar a atenção dos estudantes, dificultando a concentração nas atividades propostas. "Eles podem ser uma grande fonte de distração, comprometendo o foco necessário para o aprendizado", afirma. Entretanto, ela ressalta que, se bem direcionados, os aparelhos podem se tornar ferramentas pedagógicas valiosas. "Os celulares facilitam o acesso rápido a informações, promovem o aprendizado interativo e incentivam o uso de aplicativos educacionais", destaca.
A especialista propõe algumas estratégias para equilibrar o uso da tecnologia em sala de aula sem comprometer o desempenho dos alunos. Entre as práticas sugeridas, Liliane aponta a importância de definir regras claras, permitindo o uso dos celulares apenas em momentos específicos para atividades pedagógicas. Além disso, o uso de aplicativos educativos que complementem o conteúdo pode manter os alunos engajados de forma produtiva.
Outra estratégia relevante é a criação de momentos de "desconexão", em que a tecnologia é deixada de lado para promover discussões, atividades práticas e interação direta entre os alunos. "É fundamental que os estudantes aprendam a interagir sem depender exclusivamente dos aparelhos, estimulando o diálogo e a prática", recomenda.
A professora também sugere que a tecnologia seja usada como uma ferramenta de pesquisa orientada, ensinando os alunos a buscar informações de maneira crítica e eficiente. "Essa habilidade é crucial, especialmente em um mundo cada vez mais digital", explica. Por fim, Liliane destaca a gamificação como uma forma de tornar o aprendizado mais interativo e atrativo, sem perder o foco nos objetivos acadêmicos.
Embora a maioria dos adultos seja contrária ao uso dos celulares nas escolas, Liliane acredita que o desafio está em encontrar um equilíbrio. "Com as estratégias certas, é possível aproveitar os benefícios da tecnologia sem prejudicar o desempenho dos estudantes", conclui.
Redação Elas em Pauta