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Nivaldete Ancelma: mestra da tradição biscoiteira

Nivaldete Ancelma: mestra da tradição biscoiteira

Sua história é um testemunho da força das mulheres e da importância de preservar as raízes culturais.

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Aos 66 anos, Nivaldete Ancelma é considerada uma verdadeira mestra de ofício na arte biscoiteira, uma tradição que percorre gerações em várias famílias da cidade de Pará de Minas. O ofício é Patrimônio Imaterial Registrado do município, e tem o mesmo efeito do Tombamento, mas neste caso, protege os bens imateriais, como por exemplo, saberes, ofícios, formas de expressão e lugares.

É neste contexto que conhecemos a história da Nivaldete. Professora por 32 anos das redes estadual e municipal de ensino, ela conta que nunca se viu como 'mestre' da arte biscoiteira. "Para dizer a verdade, eu aprendi com o tempo e com a necessidade de desenvolver um trabalho junto às famílias dos alunos da escola onde eu era diretora, a então Escola Estadual José Profírio de Oliveira, hoje CMEI".

Na escola onde exerceu a função por nove anos, antes da aposentadoria, Nivaldete percebeu que precisava não apenas reestruturar e reformar a unidade de ensino, mas também descobrir uma maneira de unir escola e comunidade. Com a ajuda de amigos e o apoio da equipe de funcionários da instituição, ela foi em busca daquilo que ela tinha como missão. "Uma das maneiras que eu encontrei de trazer as famílias para dentro do ambiente escolar, foi promover oficinas e momentos de confraternização. Foi aí que contei também com a ajuda das minhas irmãs que traziam esse ofício da nossa mãe e da nossa avó".

O projeto deu tão certo que Nivaldete, juntamente com outras amigas biscoiteiras, chegaram a realizar oficinas em várias escolas da cidade e ainda numa das principais praças na região central da cidade de Pará de Minas.

A dedicação e o amor de Nivaldete pela arte biscoiteira vão além da simples confecção de biscoitos. Para ela, cada receita e cada fornada representam a maneira que ela encontrou para unir pessoas e transformar a história de muitas crianças, adolescentes e jovens que frequentavam a escola e de suas famílias que passaram a entender o verdadeiro sentido de comunidade. "Não há dinheiro que pague isso. Foi um período de muita grandeza pessoal, onde eu percebi aquilo como missão de vida. E até hoje, mesmo depois da aposentadoria, eu tenho o carinho e o respeito daquelas pessoas". 

Além de sua maestria na cozinha (que eu, Sandra Freitas, tive o prazer de testemunhar num delicioso café da tarde), Nivaldete é uma mulher de valores profundos, que acredita na importância de ensinar e compartilhar conhecimento. Sua generosidade e seu espírito comunitário são reflexos de sua crença no poder transformador da cultura e da educação.

Ela não é apenas uma mestra biscoiteira; sua história é um testemunho da força das mulheres e da importância de preservar as raízes culturais, garantindo que futuras gerações possam também desfrutar da riqueza e do sabor dos biscoitos artesanais que carregam em si uma história de amor, dedicação e legado familiar.

Redação Elas em Pauta

 

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