Mulheres são as que mais se afastam do trabalho por causa de transtornos mentais
Data de Publicação: 1 de agosto de 2024 19:15:00
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou, recentemente, dados que apresentam 13 registros de transtornos mentais ligados ao afastamento do trabalho na região Centro-Oeste.
Pará de Minas lidera o ranking das notificações registradas entre 2016 e junho de 2024, com quatro casos. A cidade de Divinópolis não apresentou nenhum caso e outros nove municípios tiveram um caso cada.
Agente comunitário de saúde, atendente comercial e auxiliar de escritório aparecem no topo das profissões com mais registros. A idade mais afetada foi de pessoas entre 30 e 39 anos, com oito registros divulgados E a maioria dos casos foi de mulheres, com 10, totalizando 74,53%.
Saúde Mental das Mulheres
Para entender melhor esses números e de como as mulheres são as mais afetadas, nossa equipe conversou com o psiquiatra Philippe Diniz. De acordo com o especialista, as mulheres enfrentam diversas responsabilidades, incluindo trabalho doméstico, carreira, estudos, maternidade, relacionamentos, cuidados com a saúde física e mental, e questões financeiras, como a dependência econômica.
O médico lembra que, além de todos esses fatores, as mulheres têm ainda as ‘flutuações hormonais’, que também influenciam seu estado emocional. “Essa combinação de fatores reflete a significativa desigualdade de gênero, que se manifesta na falta de equidade no mercado de trabalho, na divisão das tarefas domésticas e na pressão social sobre suas decisões pessoais. O impacto na saúde mental é notável”.
Para o médico, essas múltiplas demandas frequentemente resultam em exaustão física e mental, levando ao surgimento da Síndrome de Burnout (Esgotamento mental). Os sintomas incluem ansiedade, depressão, alterações de apetite, irritabilidade, dificuldade de concentração e tristeza prolongada. "Esses desafios contribuem para uma qualidade de vida insatisfatória, com pouco tempo para lazer e autocuidado, e muitas preocupações relacionadas a questões sociais, culturais e financeiras”.
Philipp Diniz enfatiza que para promover a saúde mental algumas práticas podem ser essenciais, como por exemplo, procurar ajuda profissional, se necessário, com psicólogos ou psiquiatras; cuidar da autoestima; desenvolver resiliência emocional; manter uma mentalidade positiva; aprender a gerenciar o estresse e a desenvolver autocontrole; praticar atividades físicas regularmente; garantir um bom sono; reservar tempo para autocuidado e lazer; buscar realização pessoal e profissional; afastar-se de relacionamentos tóxicos; contar com apoio familiar. “Essas estratégias podem ajudar a melhorar a saúde mental e a qualidade de vida das mulheres”.
Redação Elas em Pauta